domingo, 24 de março de 2013

As barbáries da nossa sociedade “CIVILIZADA”!


“Vieram quatro meninas para cima de mim e,
uma delas, disse que lá não passavam negras.
Aí, eu disse: ‘Já estou de saída’,
e elas disseram:
‘Agora você vai ficar’.
E começaram a me bater”
(fala da menina agredida no dia
18 de março em Brasilia)

Vivemos no século XXI, mas com a mentalidade na era pré-histórica...
Aliás para sermos justos, nossos ancestrais eram bem mais civilizados do que nossa sociedade tecnológica de hoje. Penso mais conveniente dizer que vivemos como se estivéssemos em plena 2ª guerra mundial. Vivemos a bem da verdade um Holocausto disfarçado pela falsa idéia de liberdade, pela falsa propagação de civilização, pela falsa afirmação de que ser diferente é legal.
Ainda que seja constantemente divulgado por nossa imprensa tupiniquim a máxima “Ser diferente é normal”, não quer dizer, necessariamente que seja efetiva, ampla e irrestritamente aceita. É possível perceber, e se você não percebe é porque não quer perceber, as constantes manifestações explícitas e covardemente implícitas de racismo no nosso Brasil.
O dia 21 de março foi criado a 53 anos atrás... Em 1960 a África do Sul foi cenário para mais uma manifestação causada pelo sistema Apartheid, que culminou no extermínio de 69 pessoas, entre mulheres e crianças, e mais 180 feridos. Neste dia, mais de 20 mil sul-africanos saíram às ruas para protestar conta a Lei do Passe, que obrigava os indivíduos não-brancos a andarem com uma carteirinha que constasse a cor, etnia, profissão e situação na Receita Federal, o que impossibilitava o livre trânsito pela África do Sul.
O acontecimento ficou marcado como o “Massacre de Sharpeville” e, em 1969, a Organização das Nações Unidas (ONU) intitulou a data como o Dia Internacional de Combate ao Racismo.  Além da data remontar o cruel episódio de 1960 na África do Sul, é uma comemoração aos Direitos Civis e reflexão para o combate ao racismo, xenofobia e demais formas de intolerância.
Apesar de todas essas reflexões e revisões dos porões de nossa brutal história, ainda é possível, mesmo que inaceitável, lermos notícias de crimes raciais em nossa Sociedade “CIVILIZADA”...
No último dia 18, uma menina de 12 anos foi espancada por um grupo de meninas simplesmente por causa da cor da pele. Que civilização é essa? Que país é esse? Que Educação é essa?
O mais intrigante é o quanto a nossa impressa divulga fatos absurdos como este? Você viu, ouviu ou leu essa notícia de forma clara, precisa e com o viés necessário ao pensamento crítico?
 Essa que vos escreve e alguns de seus pares, diariamente assistem e leem jornais, sites de notícias, porém pouco percebeu, ou ainda, nem sequer viu/ouviu a divulgação dessa barbárie. O que tem feito a nossa impressa? Encoberto barbáries, ou divulgado-as de forma massificada, e com certeza, entre uma e outra notícia dita como mais importante? Escondido, ou esclarecidos esses crimes? Ou pior ainda, divulgado em programas de futilidades e adestramento, que pouco alcança a parcela necessária da população?
Revolta e indignação são os mínimos sentimentos possíveis em um acontecimento como esse.  Nossa sociedade tem regredido cada vez mais e em maior velocidade dia após dia. O 21 de março já passou, e com certeza muitos já esqueceram o que buscamos quando fazemos de um acontecimento (mesmos que a 53 anos atrás) um fato de merecimento de eternas reflexões e recordações.
Se você ainda lembra... Divulgue, passe e repasse, façamos nosso flash mob, mas não nos dispersemos rapidamente.  Mostremos a todos e a todas que não nos calamos diante das barbáries de nossa “Civilização”... Diante de injustiças, preconceitos, racismos, homofobias, sexismos!

UNIMO-NOS!
Vamos a Luta, Pois...
LUTAREMOS SEMPRE!