sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um cotidiano devastador...

Tem sido cada vez mais constantes as agressões contra professores nas escolas de todo país. Diariamente aparecem as mais variadas formas destas violências... Não importa o dia, ou a hora, de todas as formas estamos sendo submetidos a um bombardeio de notícias tristes acerca de professores sendo agredidos por seus alunos. E vejam bem... Por seus alunos!

Com armas de fogo, com armas brancas, e até com bolas. Pois é, essa foi a mais nova forma de violência destacada hoje (28/10) por um importante site de notícias. Vejam caros amigos a que ponto chegamos. Perdemos nossa dignidade, perdemos nossa liberdade, mas nunca perderei minhas esperanças, num futuro melhor e com escolas sem violências.

A humanidade está enlouquecendo!

Ainda ontem buscando, como diariamente faço atualizar-me diante das notícias do mundo, vi uma matéria que me deixou extremamente preocupada com a saúde mental de nosso país... Uma criança de 3 anos, foi mandada à delegacia em Piracicaba, no interior de São Paulo, depois de ter chutado sua professora da creche! Três anos, e a saída foi chamar a polícia?! Nem a pior das pedagogias, já abordadas em épocas precárias de debates acerca da Educação, nos induz a isso.

Este fato nos releva outro problema... A quantas andam o ensino superior de nosso país?! Ele prepara, ou repara, ou desprepara? Ele ensina, ele repassa, ou ele perpassa?

Outras questões também são necessárias serem abordadas. Qual o verdadeiro motivo desses fatos? Qual a razão pessoal para tais crueldades? A culpa é dos alunos que agridem, ou dos professores que repreendem? Ou dos pais que não educam? Ou do Estado que não oportuniza a educação necessária neste país? Você já se fez essas perguntas? Eu sou professora, mas mesmo assim já me perguntei se “A culpa é minha ou do meu aluno?”.

Tenho cá na memória a minha infância, minhas primeiras letrinhas, numa escolinha de freiras no “interior” que era minha cidade naquela época. Lembro de como adorava chamar minha professora de “Tia”. Ela parecia uma heroína. Sua paciência com todos chorando e reclamando um colo de mãe, era incrível. Lembro também que na adolescência adorava (com exceções, é claro.) todos os meus/minhas professores/as, eles/as eram tão inteligentes que eu ficava imaginando como eles conseguiam saber de tantas coisas ao mesmo tempo. E assim durante muito tempo a vontade e o desejo de ser Professora foi sendo uma constante em minha vida, pois acreditem não caí nessa profissão por acaso!

Mas, pensando nessa minha infância, vemos que os valores mudam, e seguem no mesmo ritmo dos avanços do capitalismo. As crianças deixaram de ser crianças, os adultos deixaram de ser adultos. Os fatos acontecem e, na maioria das vezes, nós apenas o observamos e o deixamos passar, sumir com o tempo. Valores que antes eram virtudes dentro das escolas, como respeito, compromisso, solidariedade, tem sumido dos muros destas. E assim sigo me perguntando... De quem é a culpa? E ao passo que questiono, também respondo... É de todos nós!

Assim, Vamos a Luta! Pois, LUTAREMOS SEMPRE!



P.S.: Essas foram apenas algumas provocações, pois como mencionado em postagens anteriores, este blog anuncia, não mastiga informações para os leitores apenas engolirem.

domingo, 1 de maio de 2011

O TEMPO DO 1º DE MAIO

“(...) o tempo vai levando tudo embora.”

        “O tempo é a resposta pra tudo!” Já dizem os mais experientes! Esse jargão sempre faz sentindo, principalmente, quando o tempo é dado para que esqueçamos algo. Aqui em especial refiro-me as lutas. As lutas do povo!
         Com o passar desse tão importante companheiro, que a depender da situação, pode ser bom, ou ruim, conseguimos visualizar as situações de diferentes prismas. E, às vezes, nos equivocamos.
         Tem sido assim desde que o mundo é mundo. Esquecemos dos fatos, das violências urbanas e campesinas, das tragédias, dos massacres, e principalmente das lutas. O tempo! Ah, o tempo! Ele nos faz esquecer, esquecer de nossas raízes, de nossas derrotas e até mesmo de nossas conquistas.
         Hoje vivemos um exemplo típico disso. Anos atrás, em 1886, ocorreu em Chicago, principal centro industrial dos EUA na época, uma verdadeira luta, que ficou conhecida com o “A revolta de Haymarket”. A luta pelos direitos trabalhistas que começou com uma intensa greve operária e culminou com uma dura repressão o movimento, ocasionando mortos, feridos e presos no confronto entre operários e polícia local.
         Nesse 1º de maio de 1886, trabalhadores cansados de tantos “desencontros” no seu dia-a-dia, lutavam pelo fim das condições desumanas de trabalho e pela redução da então carga horária de 13 horas diárias, para 8hs diárias. Três anos depois desse sangrento movimento popular, foi instituído em Paris, o dia mundial do trabalho/trabalhador, como alusão a luta operária. No Brasil, foi apenas em 1924 que a data foi reconhecida e consolidada, no então governo de Artur Bernardes.
         Podemos perceber diante do exposto, a (pouquíssima) importância data pelo governo brasileiro aos lutadores e trabalhadores desse nosso Brasil “Varonil”. Ou seja, passados 38 anos do movimento, e, diga-se de passagem, só depois de 38 imensos anos é que nesse nosso heroico país, a luta por condições melhores de trabalho foi reconhecida.
         É deveras importante ressaltar que a luta, apenas, foi reconhecida, mas não de fato aceita, pois em tempos atuais, em que dizem que a escravidão acabou ainda podemos ver, ouvir e ler (em jornais e revistas) pessoas/cidadãos vivendo em condições desumanas de trabalho, como é o caso dos trabalhadores dos canaviais brasileiros, que perdem sua vida e sua alma diariamente, tendo que cortar 15 toneladas de Cana de açúcar por dia, para no final do mês receber míseros R$ 800,00.
         Ééé meus caros amigos, ai está o tempo, aquele mesmo tempo citado no início desse humilde texto. Em dias atuais, tristemente percebemos o que foi feito do nosso 1º de maio. Festas, comemorações, horas intermináveis no sofá, são as principais opções da maioria de nossos trabalhadores hoje. Esqueceram o que foi a luta em 1886, e neste caso, o tempo não foi algo tão bom assim.
         Esqueceram que se não fossem aqueles trabalhadores, lá em 1886, lutando com unhas e dentes, talvez nada tivesse acontecido de tão importante que nos fizessem ter condições melhores (do que era antes da Revolta de Haymarket), porém não satisfatórias de trabalho hoje.
         E agora eu me pergunto, num país em que o salário mínimo dos trabalhadores é de míseros R$ 545,00, e que o 1º de maio é “lembrado” nos festas oferecidas por empresas e instituições para proporcionar um “dia de lazer” aos seus funcionários, será possível encontrarmos pessoas em números consideráveis e dispostas o suficiente, para lutar contra essa política do Pão e Circo?
         Não nos custa refletir, não nos custa relembrar, as memórias estão dispostas a todos, basta querermos conhece-las. O que não dá é continuarmos aceitando que o primeiro de maio seja apenas um dia de descanso, e não UM DIA DE LUTO E LUTA DE QUEM PRODUZ A RIQUEZA DE NOSSA SOCIEDADE.
         Não nos deixemos enganar pelo tempo, utilizemos esse companheiro para lutarmos cada vez mais e por melhores condições trabalhistas. Pois, LUTAREMOS SEMPRE...


terça-feira, 22 de março de 2011

A cegueira da evolução.



“Evolução
Você tá pronto pra isso? sim eu tô!
Evolua e viva, evolua ou morra
Torne-se forte ou espere que o inimigo te socorra...”

Uma vez ouvi dizer que o ser humano é o animal mais evoluído. Lembro claramente que naquela época, ou seja, no início de minha vida estudantil aquela notícia soou em meus ouvidos como uma bela sinfonia de Beethoven. Mas, tal evolução tem seu preço, e hoje já não consigo me deslumbrar tanto com tal evolução.
Afinal, que evolução é essa que destrói e que violenta vidas? O que é ser evoluído? Entendemos desde cedo que evoluir é ter a possibilidade de novas conquistas. No entanto, a cada notícia percebemos que tais conquistas estão longe de serem as mais bem quistas pela população que de fato se preocupa com o bem estar coletivo e que almeja, mesmo que seja possivelmente uma utopia, um dia poder debruçar-se em uma sociedade justa e igualitária.
Percebem caros leitores, de que evolução eu vos falo? A mídia tem colocado em evidência a todo instante, uma forma de evolução que a bem da verdade é a grande vilã dos mais recentes acontecimentos na famosa “Terra do sol nascente”.
Considerada uma das maiores potencias econômicas mundiais, o Japão com seus grandes “pensadores”, está sendo mais uma vítima, de uma força maior que a muito é desconsiderada pelos povos em geral. Mesmo aqueles mais “evoluídos”, esqueceram que a força da natureza é simplesmente devastadora. E deixa-la de lado é o grande erro das nossas evoluções.
Precisamos mudar hábitos, criar conceitos sustentáveis e coloca-los em prática, precisamos pensar que o futuro é algo que bate a nossa porta a todo minuto, e que não podemos nos desvincular de forças maiores que nos cercam. O mundo tem dado nítidos sinais de uma evolução destruidora, que desagrega, que segrega, que destrói, e que principalmente CEGA os olhos daqueles que evoluem à sombra de uma sociedade capitalista.
Nítidos também são os sinais de desgastes e corrosão social, causados por essa evolução que cada vez mais, aprofundam os abismos entre as classes e que colocam os seres humanos a mercê de sua própria sorte em torno das possibilidades e necessidades individuais e coletivas.
Pensemos não para finalizar essas reflexões, mas para buscarmos novas, que tipo de evolução queremos para o futuro que bate a nossa porta? De que forma, podemos evoluir sem destruir?
Por aqui vou encerando essas palavras, não por falta, mas por excessos (e nesse caso, o excesso não é algo ruim), excessos de discussões que a bem da verdade, demandariam não apenas um blog, mas um livro, e quanto a isso ainda tenho minhas reconhecidas limitações. Mas, quem sabe um dia chego lá! No entanto, Lutaremos sempre!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A lei da Selva!




"A terra tá soterrada de violência,

De guerra, de sofrimento, de desespero.

A gente tá vendo tudo tá vendo a gente,

Tá vendo o nosso espelho na nossa frente,

Tá vendo na nossa frente aberração,

Tá vendo tá sendo visto querendo ou não,

Tá vendo no fim do túnel escuridão

Ta vendo a nossa morte anunciada,

Ta vendo a nossa vida valendo nada..."



As imagens falam, sem mesmo precisarmos escutar a voz do repórter... Exemplo de barbárie!

Até onde vai a imprudência humana? Até onde vai a consciência humana? Até onde vai? Neste caso, a imprudência vai ao seu extremo.

Um motorista atropela mais de vinte ciclistas que estavam em uma manifestação pacífica, pedido justamente, a mudança de hábito naquela cidade. A barbárie é notável.

Mas, vivemos num mundo civilizado, ou somos bárbaros? Quando acontecem casos como este, sinto que a tal civilização é utopia, ou seja, caminha sempre a nossa frente, e nesta caminhada ela nunca para, e sempre ficará além das nossas possibilidades.

Um mundo corrúpto, uma sociedade desgastada pelas violências físicas e verbais, pelas imprudências, pelos atos covardes. Neste caso, onde fica o direito a opinião, a expressão, a vida, a liberdade?

Somos considerados povos civilizados. E nessa sociedade as leis foram criadas para compensar as diferenças físicas. Na Lei de transito brasileira, lá no início do código está claro. Artigo 29, § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

No entanto, o que prevalece é a Lei da selva, a lei dos mais fortes.
Nesta tentativa de homicídio, em que este "cidadão" (já que em nosso país, para ser cidadão, basta apenas ter certidão de nascimento) por sua impaciência e incapacidade de respeitar o próximo, atropela pessoas inocentes, estão implícitas questões culturais, questões que a muito tempo, são responsáveis por guerras, mortes, massacres... Derramam sangue, na tentativa de sobreposição dos mais fortes, e mais "inteligentes".

Mas, que inteligência é essa, que nem sequer, consegue conviver com as divergências de opiniões e modos de vida?

É meus queridos amigos, participantes e colaboradores desse singelo espaço de denúncia e luta por uma vida melhor e mais justa a todos. Estamos diante de uma crise mundial de valores. Valores esses que estão sendo esquecidos a cada momento... Mas, continuaremos lutando para que juntos possamos denunciar e anunciar possibilidades de vitórias comuns a todos...






"(...) nem sempre a fraqueza que se sente

Quer dizer que agente não forte."



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O MÍNIMO SERIA RESPEITO, NESSE ETERNO CARNAVAL!

Começou o carnaval, antes do previsto em nosso calendário? Não!? Então por que estou me sentindo uma palhaça, com um tremendo nariz vermelho se exaltando em minha face?
A notícia já foi publicada, as polêmicas já começaram e ainda assim o nosso “QUERIDO” Ministro da Fazenda Guido Mantega ousa afirmar que qualquer tentativa de aumentar a nossa esmola será vetada.
Engraçado, quando se fala em aumentar o salário dos parlamentares em 60% ninguém do governo pensa em veto. É meus caros, aí está o nosso grande nariz vermelho, gritando e nos taxando de idiotas.
É notório o desrespeito com a classe operária. O Mínimo de R$ 510,00 passou a ser R$ 540,00, ou seja, um aumento de 6%. Enquanto que o aumento do salário dos parlamentares passou de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, ou seja, um aumento de 61,8%, bem acima da correção da inflação contabilizada no último aumento, que equivaleria a 17,8%.
Caros Lutadores, unemo-nos! Vamos vestir totalmente nossas fantasias e produzir o nosso flash mob na luta contra esse desrespeito, na luta contra essa palhaçada imposta. Clamemos por respeito! Seremos ouvidos quando todos nós entendermos que não dá mais para aceitar tais relações de poder e de controle social.
É nítido, como quando “As Meninas” escancararam ao brasil, “e o motivo todo mundo já conhece, é que o de cima sobe, e o de baixo desce”. Já sabíamos disso, mesmo antes da letra vir a se tornar pública, e ainda assim levamos tudo na brincadeira, na melodia, na palhaçada.
Como podemos viver bem, com direito a Saúde e a Educação se o Mínimo que exigimos não está sendo respeitado? QUEREMOS O MÍNIMO DE RESPEITO NESSE ETERNO CARNAVAL!
Somos, ou ao menos deveríamos ser Cidadãos. Mas ser cidadão num país que desrespeita os trabalhadores e sorrir escancarando dentes afiados prontos para atacar, é impossível.
Então caros leitores, o carnaval estará eternamente acontecendo e o nariz vermelho continuará a crescer até nos unirmos para lutar contra as relações de poder oriundas de um sistema desrespeitador e centralizador, em que o Brasil é o picadeiro, o povo é o palhaço e a platéia, em suas cadeiras do camarote vip é o Governo.

Continuarei na luta!!!

P.S.: Gostaria de deixar claro, que a referência ao Palhaço, não é uma crítica a este, mas a forma como a maioria das pessoas o descrevem, um ser desrespeitado e bobo!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

No cotidiano... Na luta... Homenagem a Amarildo Mattos

Homenagem ao Jovem
AMARILDO DA SILVA MATTOS

“Mais uma vida jogada fora,
um coração que já não bate mais,
descança em paz...”
                 Um crime brutal, uma vida ceifada na mais tenra idade. Uma vítima de um sistema que corrói a ética e a moral, que destrói famílias e desfaz sonhos sonhados na mais linda tarde de sol.
Quem vai punir? Haverá justiça? Mas, a quem punir? Resolverá? A justiça conseguirá preencher o vazio deixado por uma imprudência no último dia 09? Dia este que trouxe profundas tristezas e incertezas nas nossas vidas... Em um futuro melhor, mais justo.
                Seu nome?! Amarildo da Silva Mattos! Um jovem de 27 anos, um professor exemplar, um companheiro, um amigo, um pai, um filho, um irmão...
“(...) Tiraram da gente um jovem tão inocente...”
Profundas são as perdas, por superficiais motivos! E o governo, e a justiça, onde se encontram nesse momento? Foi uma fatalidade? Sim, Foi! Uma fatalidade que nos escancarou o deficit de um sistema que defende o “direito” a vida. Na constituição está escrito, todo cidadão tem direito a vida! Mas, o que é viver nessa sociedade que puni aquele que rouba um pão para alimentar os seus, e deixa solto aquele que tira a base de uma família e a deixa a mercer de uma sociedade corrúpta e injusta?
Esta vida não mais voltará. “(...) Sonhos que vão embora, antes da hora. Sonhos que ficam para trás...”
Este jovem morreu, e deixou uma legião de amigos, alunos e ex alunos, familiares que boquiabertos ficaram com a inesperada notícia.
Detran, denatran, semutran, polícias rodoviárias, civil, militar, governadores, “chefes” de estado, vereadores, senadores, deputados, Cadê a vida? Cadê o respeito desta, direito comum de todos?
Vamos pensar, vamos agir, vamos gritar, vamos chorar, vamos sorrir, VAMOS A LUTA! VAMOS JUNTOS! Se não vencermos, ao menos teremos lutado!
Lutemos contra este Sistema que ceifa vidas e nem sequer “meus pêsames” oferece!
Lembremos que o nosso querido Amarildo perdeu sua vida, e com certeza não será  o único e muito menos o último!
Só depende de nós...
Só depende de nossa união...
Vamos mudar o mundo...
Sejamos fortes...
Este espaço presta suas singelas homenagens a este filho do povo, que se foi na esperança de construir um mundo melhor!
Aos seus familiares, amigos, alunos, meu humilde pedido... Tenham Forças para lutar!



Homenagem a,
Amarildo da Silva Mattos
(+09/02/2011)